terça-feira, 7 de junho de 2011

Como se formam as montanhas e fossas submarinas

Nosso planeta é constituído de 4 camadas principais, do interior para o exterior: um núcleo que se supõe ser líquido e composto de uma liga de ferro e níquel, com temperaturas próximas daquelas da superfície do sol, baseado no estudo das características de ondas sísmicas provenientes de terremotos e na analogia com muitos meteoritos que são compostos por tal liga metálica; o manto, composto por rochas quentes e viscosas, submetidas a elevadas temperaturas e pressões; a crosta terrestre, a fina camada sólida sobre a qual vivemos; e finalmente a atmosfera, camada gasosa que fornece o oxigênio do qual necessitamos para viver.

A crosta terrestre, que tem espessuras de até 70 km sob os continentes e 10 km sob os oceanos, está dividida em uma dúzia de compartimentos denominados placas tectônicas, as quais se movem umas em relação às outras; em muitos dos contatos entre as placas, elas colidem por se moverem em sentidos contrários, e é essa colisão a principal causa da formação das cadeias montanhosas. Tomemos como exemplo as placas de Nazca e da América do Sul; a primeira é constituída por crosta oceânica, de composição basáltica (um tipo de rocha vulcânica) e se move de oeste para leste, e a segunda é constituída por crosta continental, de composição granítica e se move de leste para oeste. Como o basalto é mais denso (pesado) que o granito, na colisão entre essas duas placas, a placa de Nazca, mais densa, "mergulha" sob a placa Sul-americana, num fenômeno conhecido por subducção. Esse fenômeno causa encurtamento crustal na placa Sul-americana, causando o "enrugamento" da mesma em seu limite ocidental, formando a Cordilheira dos Andes. Em zonas de subducção, terremotos e vulcanismo ativo são muito comuns.

Já a Cadeia do Himalaia, situada na Ásia, entre a Índia e a China, tem uma origem ligeiramente diferente. Lá ocorre igualmente uma colisão entre duas placas, as placas da Índia e da Eurásia, só que, nesse caso, ambas são constituídas por crosta continental de composição granítica; como não há diferenças de densidade entre ambas, não ocorre o fenômeno da subducção e o encurtamento crustal é maior, gerando montanhas ainda mais elevadas do que nos Andes. Entretanto, ao contrário desses últimos, onde os picos mais elevados são vulcões, nos Himalaias não há vulcanismo e nem terremotos, pela ausência de subducção.

O fundo dos oceanos apresenta cadeias de montanhas submarinas denominadas cadeias mesoceânicas, onde ocorre a formação de porções mais novas de crosta oceânica pelo extravasamento e posterior resfriamento de lavas basálticas, e esse fenômeno é responsável pela chamada deriva continental; por exemplo, no fundo do Oceano Atlântico, a meia distância entre os continentes Africano e Americano, há uma cadeia montanhosa submarina desse tipo, onde ocorre o afastamento entre os citados continentes. Como na Islândia a produção de lava é muito maior do que no restante dessa cadeia montanhosa, esta atinge maiores altitudes e emerge na superfície do mar, formando a ilha que constitui o citado país.

Finalmente, as fossas oceânicas, nas quais foi medida uma coluna de água máxima de cerca de 12 mil metros de profundidade, são formadas quando há convergência de duas placas constituídas por crosta oceânica basáltica, na qual tipicamente ocorre a formação de arcos de ilha, à medida que uma placa mergulha sob a outra. Os arcos são formados por vulcões. A forma de arco aparece devido à esfericidade da superfície terrestre. Ocorre ainda a formação de uma profunda fossa submarina em frente a estes arcos, na zona em que o bloco descendente se inclina para baixo. Bons exemplos deste tipo de convergência de placas oceânicas são as ilhas do Japão e as Ilhas Aleutas, no Alasca.

Um comentário:

  1. O texto acima baseia-se no paradigma da Tectônica de Placas a que segue os paradigmas do Uniformitarismo.
    É provavelmente devido a isso que há muitas inconsistências sobre a formação da Terra e tectônica global e sua evolução.
    O manto terrestre, hoje se sabe, é muito mais frio e rígido do que se pensava.
    Os modelos de reconstrução continental são deficitários possivelmente porque consideram que não houve variação no tamanho do planeta.
    Será que haveria subducção? Será que esse processo só ocorreria na mente de quem a criou (como afirmou Samuel Warren Carey) e quem as disseminou e quem as assimilou?
    Já está mais que na hora de revermos os modelos de formação planetária e evolução crustal.

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