terça-feira, 10 de maio de 2011

O tratamento medicamentoso da depressão

Vinte e quatro anos depois do lançamento, em 1987, do Prozac (fluoxetina), antidepressivo revolucionário para a época que virou febre nos anos 90, sabe-se que os antidepressivos evoluíram muito, mas não ainda exatamente como funcionam. Quando o Prozac chegou ao mercado havia os chamados antidepressivos tricíclicos e os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs), que eram eficazes, mas apresentavam efeitos colaterais muito fortes, como diminuição de libido, ganho de peso, constipação intestinal e outros. Denominado pela mídia da época de “pílula da felicidade”, a fluoxetina revolucionou ao agir pontualmente em um neurotransmissor cerebral, a serotonina, e ao reduzir esses efeitos colaterais dos IMAOs.

Depois da fluoxetina, surgiram os antidepressivos atípicos, que atuam na serotonina e na noradrenalina ou em outros neurotransmissores envolvidos na sensação de bem-estar. Mas não é apenas a disponibilidade dessas substâncias no cérebro que combate a depressão. Esta é a primeira alteração bioquímica provocada por um antidepressivo. Há outros efeitos que só surgem após duas semanas. O organismo precisa de um tempo para se adaptar. Nesse período, ocorre uma série de processos que ainda não se sabe exatamente quais são. Só quando isso for totalmente desvendado é que se terá um remédio de fato eficaz e que funcione para todos os pacientes deprimidos.

Levantamentos mostram que 70% dos pacientes com depressão respondem bem ao primeiro medicamento prescrito. Nesses casos, após duas ou três semanas, os efeitos positivos do medicamento se fazem sentir. Os outros 30% precisam testar outras combinações medicamentosas até encontrarem a mais adequada. Entretanto, em alguns poucos casos, essa combinação nunca é encontrada. Mas, enquanto alguns poucos pacientes não reagem ao tratamento, outros não só se vêem livres dos sintomas da depressão como passam a se sentir ainda melhores do que antes do início da doença.
Um fato importante é o de que, depois de iniciado o tratamento, o paciente de depressão precisa ir até o fim. Mas abandonar o tratamento é um erro cometido por muita gente. Um estudo feito nos Estados Unidos mostrou que 70% dos pacientes pararam de tomar os antidepressivos antes do tempo estipulado por seus psiquiatras. A decisão é especialmente grave porque aumenta o risco de futuras crises. Muitos desistem do tratamento ao perceber que não estão melhorando como esperavam. Isso acontece em alguns casos, justamente porque nem sempre o primeiro medicamento receitado surte efeito. O doente de depressão precisa ser “paciente” no sentido literal da palavra.

Um dos fatores que mais contribuem para o abandono precoce dos antidepressivos são efeitos colaterais como o ganho de peso Estima-se que entre 70% a 80% dos remédios psiquiátricos engordam. De um modo geral, os efeitos colaterais de um antidepressivo diminuem com o tempo de uso, mas o ganho de peso costuma persistir e muitos pacientes desistem em favor da boa forma. Não só por isso, mas também por conta da grande preocupação com a obesidade, mal que atinge 11% dos brasileiros adultos, combater esse efeito é um dos maiores desafios atuais do tratamento medicamentoso da depressão.

Por último, mas não menos importante, o conteúdo desta postagem tem finalidade unicamente informativa, como é o caso de todas as demais postagens de saúde do site Ciências e Poemas. Persistindo dúvidas ou havendo a necessidade de informações complementares, o profissional médico deverá ser consultado.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A semente do medo

Prezados leitores, tomo a liberdade de reproduzir aqui uma análise profunda e bela de Mauro Santayana sobre a morte de Bin Laden, publicada no Jornal do Brasil do dia 4 de maio último. Sem tintas partidária, o ecritor tece uma narrativa contundente, que se segue abaixo:

"A semente do medo"
Mauro Santayana

"Os americanos comemoram nas ruas a morte de Bin Laden, enquanto nos países muçulmanos outros oram pelo homem que consideram mártir. Como parte da Humanidade, talvez não nos conviesse a euforia pela execução sumária de Bin Laden, nem a consternação por sua morte. Os Estados Unidos celebram a morte de Bin Laden, e um ex-embaixador brasileiro considerou-a “espetacular”. É melhor ver a morte de qualquer homem, bom ou mau, como a morte de parte de nós mesmos. Como no belo poema em prosa de Donne, “any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind, and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee”. A morte de qualquer homem me diminui, disse o poeta, porque sou parte da Humanidade, e, por isso, não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por você. Todos nós morremos um pouco, quando as Torres Gêmeas vieram abaixo, e todos nós morremos quase diariamente com os que tombam e tombaram, na Palestina, no Iraque, no Afeganistão, na Costa do Marfim, no Realengo, em Eldorado dos Carajás, na Candelária e nas favelas brasileiras".

Para a leitura completa do artigo, clicar aqui.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Veríssimo: Salvem as mulheres!

O escritor Luís Fernando Veríssimo, como sempre, nos brinda com um texto inteligente, no qual ele alia a seu senso de humor peculiar o seu profundo conhecimento da natureza humana. No texto a seguir, intitulado "Salvem as mulheres!", ele dá conselhos para que nós, homens, saibamos apreciar as grandes mulheres e, caso estejamos nos relacionando com uma delas, não a percamos devido ao nosso machismo excessivo. Para ter acesso à integra do texto de Veríssimo, o leitor pode clicar aqui.
Um abraço a todos e boa leitura,
Sérgio Oreiro

Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

O diagnóstico e o tratamento do TOC – Transtorno obsessivo-compulsivo - devem ser feitos por psiquiatra ou psicólogo devidamente capacitado. Esse transtorno está classificado entre os transtornos de ansiedade e tem causa genéticas bem definidas, consistindo no desequilíbrio no funcionamento dos neurotransmissores cerebrais, como a serotonina.

O TOC funciona mais ou menos da seguinte forma: a pessoa tem um pensamento obsessivo, que invade a sua mente e a perturba; a fim de lidar com esse pensamento, a pessoa começa a desenvolver rituais, e acaba se sentindo mal se é impedida de repetir esses rituais; é por esse motivo que ele é classificado como um transtorno de ansiedade: se a pessoa for impedida de realizar seus rituais, ela manifestará vários sintomas desse transtorno.

O TOC se manifesta com vários níveis de gravidade, podendo se tornar incapacitante quando uma pessoa, por exemplo, não consegue chegar a seu trabalho ou colégio porque tem de voltar para casa "n" vezes a fim de verificar se realmente trancou a porta ao sair.

O tratamento para o TOC consiste em psicoterapia combinada ou não com medicamentos, podendo a psicoterapia ser aplicada por um psicólogo e o tratamento medicamentoso por um psiquiatra, ou ambos por um psiquiatra. O tipo de psicoterapia utilizada é a Terapia Cognitivo-Comportamental, e os medicamentos de escolha são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), como a Fluoxetina, a Paroxina, a Sertralina, a Luvoxamina, entre outros.

Por último, mas não menos importante, devo mencionar que as informações acima têm caráter meramente informativo e não substituem o diagnóstico e o tratamento do TOC, prescritos por psicólogos e psiquiatras, profissionais que devem ser consultados sempre que haja a suspeita de TOC.

Leitura de referância: http://www.psicosite.com.br/tra/ans/obsesscompul.htm

terça-feira, 3 de maio de 2011

A Geologia Médica

A Geologia Médica é uma disciplina relativamente recente, que estuda a influência de fatores geológicos ambientais sobre a saúde humana e dos animais. Como exemplos, pode-se citar a exposição excessiva ou a deficiência de elementos químicos e minerais; a inalação de poeiras e partículas rochosas provenientes de erupções vulcânicas; o transporte, as modificações e a concentração de compostos orgânicos; a exposição a micróbios, entre outras complicações na saúde relacionadas às condições geológicas.

Por exemplo, os minérios de zinco normalmente contém um pouco de cádmio, metal altamente tóxico que causa lesões irreversíveis no sistema nervoso doa animais e do homem; já as jazidas de minério de ferro podem contaminar o meio ambiente com resíduos de ferro, fósforo e enxofre. O chumbo causa o saturnismo, doença que afeta o sistema nervoso, o que ocorre também com o mercúrio e o arsênico. Muito do ouro produzido no mundo provém de minérios arsenicais, cujos resíduos, se não forem convenientemente tratados, podem causar a morte dos seres vivos que com eles tenham contato. Da mesma forma,a exposição excessiva ao manganês e seus compostos causa o desenvolvimento do Mal de Parkinson.

Hipócrates já descrevia a intoxicação em trabalhadores das minas de chumbo, por volta de 375 A.C. Georgius Agrícola, pseudônimo do alemão Georg Bauer (que viveu entre 1494-1555), no último capítulo do seu livro "De Re Metallica", descreveu algumas doenças entre mineiros, no século XVI. Este livro, ricamente ilustrado, trata de assuntos mineralógicos e problemas relativos à exploração e produção mineral. O fato de Agricola ser oriundo da Saxônia e de ter vivido grande parte da sua vida nessa região, certamente influenciou sua opção profissional. A Saxônia era uma região rica em minérios, que a tornou um local privilegiado para o desenvolvimento da mineralogia como ciência. Apesar dessa ligação, como já foi dito, a denominação de Geologia Médica foi criada recentemente. Até alguns anos, essa especialidade era denominada Geomedicina.

Leitura de referência: http://www.ige.unicamp.br/geomed/geologia_medica.php

Mistério do triângulo das bermudas solucionado?

Existe uma hipótese que relaciona o desaparecimento súbito de barcos e aeronaves no chamado “Triângulo das Bermudas” ao estouro de grandes bolhas de gás metano, o qual é originado pela decomposição de matéria orgânica por bactérias presentes nos sedimentos que ficam logo abaixo do leito submarino. Esse metano fica preso, em estado sólido, dentro de moléculas de água, originando depósitos de hidratos de metano. Qualquer escorregamento do fundo submarino ou sua erosão por fortes correntes de fundo pode romper o frágil equilíbrio da mistura de hidratos de gás-sedimentos inconsolidados, e, quando isso ocorre, enormes quantidades de metano podem ser liberados sob a forma de bolhas gasosas na água do mar, as quais podem causar o rápido naufrágio de barcos e seu "estouro" na superfície do mar pode provocar uma onda de choque que pode desestabilizar aeronaves, causando a sua queda.

Em 2010, os cientistas australianos Joseph Monaghan e David May chegaram à conclusão de que esses desaparecimentos no Triângulo das Bermudas são provocados por grandes bolhas de gás metano originadas do solo oceânico, fenômeno muito comum nessa área. Segundo esses pesquisadores, que publicaram seu trabalho no American Journal of Physics, o gás atinge a superfície oceânica e se dissolve na água, reduzindo a flutuação e provocando o naufrágio de navios.

Contudo, essas teses apresentadas são contestadas por parte da comunidade científica. Sendo assim, há a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas para solucionar esse enigma, que vem intrigando a população mundial há muitas décadas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Por que o céu é azul

A cor azul do céu visível é o resultado da interação da luz branca do sol com a atmosfera terrestre. No espaço aberto, os astronautas enxergam um céu escuro, porque lá não existe a atmosfera.

A luz branca do Sol é a soma de ondas eletromagnéticas de vários comprimentos de onda e cada um deles é interpretado pelo nosso cérebro como uma cor diferente. O material particulado disperso no ar espalha a luz solar e este espalhamento é mais intenso para as ondas eletromagnéticas de comprimentos de onda menores. Assim, a luz azul, por possuir o menor comprimento de onda entre todas as cores, é o que mais se espalha. Aliás, vale lembrar que o Sol nos parece amarelo exatamente porque a atmosfera espalha a luz azul. O amarelo nada mais é do que a luz branca subtraída do comprimento de onda referente à luz azul. A luz branca do Sol, perdendo parte do seu azul ao atravessar a atmosfera, chega até nós com o aspecto amarelado.

Quando as dimensões das partículas de poeira ou fumaça dispersas na atmosfera são menores que os comprimentos de onda das cores, passam a ocorrer espalhamentos seletivos; somente determinada cor é espalhada e o céu muda de cor. No pôr-do-sol, observa-se um céu mais avermelhado porque, estando o sol no horizonte, a sua luz tem que percorrer uma distância maior no interior da atmosfera para chegar até nós; nesse caminho, ela perde mais luz azul, permitindo que as cores mais próximas do vermelho se sobressaiam, dando o tom tão procurado por todos aqueles que apreciam um belo pôr-do-sol.