Muitas pessoas têm o hábito de tomar uma dose de bebida alcoólica destilada ao chegar em casa após um longo dia de trabalho, para relaxar e aliviar o stress. Os que tem maiores recursos financeiros recorrem ao Whisky, ao passo que a preferência da maioria dos trabalhadores recai sobre a brasileiríssima cachaça.
Para se ter uma idéia do efeito calmante do álcool, uma dose padrão de 50 ml de Whisky tem o mesmo efeito relaxante que um comprimido de 10 mg de diazepam, um medicamento do grupo dos benzodiazepínicos, usado para tratar os transtornos de ansiedade. Normalmente, apenas essa quantidade de bebida alcoólica não fará mal. A palavra Whisky ou Whiskey deriva da palavra gaélica uisgebetha ou da palavra céltica uisgebaugh. Ambas as palavras significam "Água da Vida", e dão uma idéia do efeito ao mesmo tempo estimulante e calmante dessa bebida.
Apesar da conotação positiva da palavra céltica que deu origem ao termo Whisky, não se deve considerar o consumo de doses moderadas de álcool como fator que promove a saúde da população, mesmo havendo estudos científicos indicando que o uso moderado e diário do álcool auxilia na manutenção da boa saúde cardiovascular; o problema do uso das bebidas alcoólicas para essa finalidade é o de que muitas pessoas atravessam o limite entre o consumo moderado e o consumo exagerado das mesmas. Calcula-se que o consumo exagerado de bebidas alcoólicas é responsável por uma em cada 25 mortes no mundo.
O consumo excessivo de álcool é devastador para todos os tecidos e órgãos do organismo, sem exceção. Ao beber muito, a pessoa estará sujeita a desenvolver mais de duzentas doenças, como, por exemplo, a cirrose hepática, a pancreatite alcoólica, o câncer em suas diversas formas e distúrbios cerebrais e de comportamento. Esses últimos podem fazer com que o bebedor tenha problemas com a lei ao se envolver em brigas ou por dirigir alcoolizado. O álcool é muito prejudicial aos neurônios, células que constituem o cérebro e todos os demais elementos do sistema nervoso, porque ele ataca a membrana externa protetora dessas células, o que ocasiona a morte das mesmas.
O alcoolismo é uma doença traiçoeira, que se desenvolve aos poucos, sem que a pessoa se dê conta disso. À medida que esse distúrbio se torna mais grave, o bebedor vai perdendo gradualmente a sua auto-estima e poderá desenvolver problemas sociais, familiares e profissionais. Ainda que a maioria dos alcooólatras possa passar anos sem sentir nenhum sintoma das doenças citadas acima, sua expectativa de vida será reduzida em vários anos.
Embora a maioria dos alcoólatras não se reconheça como tal (ou seja, como dependentes químicos), aqueles que se conscientizam de que o álcool se tornou um problema em suas vidas deverão procurar auxílio médico e/ou psiquiátrico para parar de beber. Os profissionais mais indicados para ajudar o alcoólatra são psicólogos e psiquiatras que se especializaram no tratamento das dependências químicas. Como o alcoolismo é uma doença que causa problemas familiares e sociais, normalmente o tratamento envolve a participação dos membros da família do alcoólatra.
Nos casos em que o alcoólatra não se adapte ou não responda ao tratamento médico, o profissional de saúde usualmente o encaminhará para grupos de apoio como os Alcoólicos Anônimos (AA). Estudos apontam que, nas salas de AA, o índice de sucesso é de cerca de 20%. A experiência tem demonstrado que os métodos que utilizam os 12 passos têm tido um sucesso maior. O índice de recuperação é bem maior do que aquelas metodologias que não adotam os 12 passos na recuperação do dependente e do familiar.
Grupos de ajuda como os AA costumam obter sucesso no tratamento do alcoolismo porque as pessoas que estão sóbrias, mas que já sentiram na própria pele os malefícios da dependência a essa substância, costumam ter uma facilidade muito grande de ajudar um bebedor problemático. Esta é a simplicidade do programa de A.A. , quando um alcoólico recuperado pelo programa dos 12 passos relata seus problemas com a bebida, descreve como está sua sobriedade e o que encontrou nos A.A, estimulando assim um novo membro a experimentar essa abordagem.
Os Doze Passos foram originalmente formulados por Bill W., um co-fundador de Alcoólicos Anônimos, em 1938, nos EUA. Bill inspirou-se nos princípios adotados na época pelo Grupo Oxford, sendo que essa irmandade religiosa apadrinhou o primeiro grupo de AA na localidade de Akron, Estado de Ohio, baseando-se nas experiências práticas que eram adotadas na recuperação do alcoolismo entre os membros de A.A. naquela época. Esses passos foram publicados primeiramente em Alcoólicos Anônimos (1939) e receberam tratamento mais detalhado em Os Doze Passos e as Doze Tradições (1953), ambos escritos por Bill W. (http://www.slaa.org.br/br/conheca_dasa/12passos.htm)
Não finalizarei esse breve artigo sem antes citar outras referências sobre o programa dos 12 passos dos AA, que podem ser encontradas nos seguintes links:
http://www.alcoolicosanonimos.org.br/modules.php?name=Conteudo&pid=14
http://adroga.casadia.org/recuperacao/12_passos_na_recuperacao.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alcoolismo
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