sexta-feira, 22 de abril de 2011

Como se proteger de um terremoto

Os terremotos, como já foi ressaltado nesse blog, consistem na passagem de ondas sísmicas por uma determinada região. Para saber como agir no caso de um terremoto, é necessário se conhecer princípios básicos da natureza das ondas sísmicas e suas formas de propagação.

Um terremoto normalmente consiste de um forte abalo principal seguido de abalos secundários. Isso acontece porque as primeiras ondas a atingir a região são as ondas primárias ou “ondas P”, cuja velocidade de propagação é mais alta; logo após, vem as ondas secundárias (ondas S), assim chamadas por serem mais lentas que as primárias. As ondas S são responsáveis pelos abalos que se seguem ao tremor principal. Há ainda um terceiro grupo de ondas sísmicas ainda mais lentas, que se propagam pela superfície da Terra e são chamadas de ondas “L” por causa de seu longo comprimento de onda.

Apesar do grande avanço das Geociências nas últimas décadas, infelizmente ainda não é possível prever os terremotos. Como curiosidade, eu vi num documentário de TV a cabo a história de um geofísico californiano que conseguia antever a ocorrência dos terremotos, que são muito frequentes naquele Estado americano, apenas observando os classificados nos jornais; ele descobriu que, poucos dias antes de um tremor, os anúncios de cães desaparecidos dobravam de número. Apesar de este método ser muito pouco científico, sabemos que, de certa forma, muitos animais pressentem os terremotos, provavelmente porque as zonas de falhas geológicas, quando estão próximas do ponto de ruptura, emitem sinais sonoros que são percebidos pelos animais, pois a maioria dos quais tem a audição mais apurada que a nossa.

Se você, leitor brasileiro, estiver a turismo numa região sismicamente ativa, deverá estar familiarizado com os procedimentos básicos que devem ser tomados quando ocorre um terremoto. Aqui mesmo no Brasil, há regiões, como é o caso do agreste e do sertão de Pernambuco, onde pequenos tremores são freqüentes. Esse fato levou o governo daquele estado nordestino a elaborar, em convênio com a UFRN, uma cartilha com recomendações simples para os cidadãos que vivem nessas áreas.


Quando a região onde estamos é abalada por um forte terremoto, é importante não entrarmos em pânico. Se você estiver em um edifício, como um hotel, saiba que os tremores são sentidos com maior intensidade nos andares mais altos. Nesse caso, afaste-se de janelas ou outros objetos de vidro ou de grande tamanho, como armários; não use os elevadores nem as escadas. Se houver incêndio, alerte os demais hóspedes e procure apagá-lo com o extintor mais próximo. Procure se abrigar abaixo de uma mesa ou deite-se no chão, em posição fetal, com o corpo encostado na lateral de uma cama ou de um grande móvel, pois, em caso de desabamento, esses locais normalmente oferecerão espaços vazios em meio aos escombros. Caso seja possível, procure se abrigar nas porções mais externas do edifício, pois esses serão os locais mais facilmente acessáveis pelas equipes de resgate.

Se uma pessoa ficar embaixo do umbral de uma porta, quando um edifício colapsa, a morte é quase certa, porque se você está em pé, embaixo da moldura de uma porta e essa moldura cede e se move para frente ou para trás, você pode morrer esmagado por todo o teto que existe acima de você. Se a moldura da porta cair para algum lado, a moldura vai cortar você pela metade, com todo o peso que vai receber em cima. De qualquer maneira, você vai morrer; portanto, não fique embaixo da moldura de uma porta, em caso de terremoto. Ao invés disso, proceda como foi explicado no parágrafo anterior.

Se você estiver em uma casa, faça de tudo para evitar um possível incêndio, retirando os aparelhos domésticos da tomada e desligando o registro do gás. Vá para a rua e procure ficar no local mais aberto que encontrar, evitando ficar próximo de tudo o que possa desabar, como edificações, monumentos, marquises e árvores.

Caso você fique preso sob os escombros de alguma construção, aguarde um pouco antes de começar a gritar ou fazer barulho para chamar a atenção das equipes de resgate. Os salvamentos acontecem, em geral, só uma hora após o tremor. Por isso, preserve o fôlego (principalmente se estiver muito ferido) e conserve o ar que existe ao seu redor.

Se você estiver em um carro ou ônibus e estes ficarem parados em engarrafamentos, saia dos mesmos e procure se abrigar em locais abertos, ou, caso isso não seja possível, procure se deitar entre os veículos engarrafados, em posição fetal.

Se você já estiver em um local aberto e estiverem caindo pedaços de destroços de construções, sente-se no chão, apóie a cabeça entre os joelhos e cubra-a com os braços, a fim de protegê-la. Se você continuar em pé e correndo, as chances de ser atingido por destroços são grandes.

Finalmente, esteja atento a alertas de tsunamis, que podem ocorrer caso o epicentro do terremoto seja submarino, mas próximo da costa. Nesses casos, tente fugir para os locais mais altos e distantes do litoral, e proceda como indicado aqui.

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