A ansiedade social ou fobia social é a intensa ansiedade que surge sempre que o paciente é submetido à avaliação de outras pessoas. Essa ansiedade, embora seja intensa, não deve se estender a todas as funções que uma pessoa possa desempenhar, pois no caso o diagnóstico seria de transtorno de ansiedade generalizada ou TAG.
O diagnóstico da ansiedade social deve ser feito por um psiquiatra ou psicólogo devidamente habilitados para tal, pois esse distúrbio, também chamado de fobia social, pode ser diagnosticado errôneamente em pessoas que são muito tímidas, porém saudáveis.
Na maioria dos casos, a fobia social se manifesta quando o paciente precisa executar certas tarefas ou é exposto a situações bem definidas. Uma sensação de timidez é perfeitamente normal quando somos observados por outras pessoas: esse desconforto, além de ser aceitável, muitas vezes pode até ter suas vantagens, pois pode fazer com que uma pessoa decida preservar sua intimidade em situações onde isso seria desejável. É nesse ponto que vale a experiência e o treinamento do psiquiatra: ele vai considerar esta vergonha ou timidez como doentia a partir do momento em que a pessoa sofre algum prejuízo pessoal por causa dela, como, por exemplo, deixar de concluir um curso de graduação ou de pós graduação por causa de um exame final que exija uma apresentação pública diante de avaliadores. Estou apenas dando um exemplo didático, pois há muitas outras ocasiões nas quais esse distúrbio pode se manifestar.
O tratamento medicamentoso é feito com benzodiazepínicos como o Clonazepam ou com o uso dos antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina. Essas medicações permitem uma recuperação entre 70 e 90% da intensidade dos sintomas. É pouco provável obter uma melhora de 100%, embora algumas pessoas fiquem bem próximas disso. Na prática, foi constatado que muitas pessoas mais velhas, normalmente com mais de 50 anos de idade, apresentam uma maior tendência de não obter melhoras significativas com as medicações; entretanto, não há estudos tenham comprovado cientificamente esse fato.
A terapia cognitivo-comportamental geralmente apresenta bons resultados quando realizada durante um tempo mínimo de duração, que varia entre um a dois anos. Não foi detectada recaída nos primeiros anos após a alta, mas acompanhamentos mais prolongados são necessários para se verificar o tempo que essa psicoterapia específica permite livrar o paciente dos sintomas: se pelo resto da vida (remissão completa dos sintomas) ou por apenas alguns anos. Pode ser até que tal psicoterapia permita uma verdadeira cura, caso os pacientes fiquem o resto da vida sem precisar de novas intervenções de qualquer natureza. Somente o tempo poderá verificar isso, ou seja, só as futuras gerações saberão desse fato.
Os efeitos colaterais mais comuns dos inibidores de recaptação de serotonina, como a Paroxetina (Paxil, Aropax), o Escitalopram (Lexapro) e a Luvoxamina (Luvox), entre outros, incluem diminuição da libido, retardo para atingir o orgasmo, aumento de peso e boca seca (este só no início do tratamento). Já os benzodiazepínicos como o Clonazepam podem causar dependência, retardar os reflexos e induzir à sonolência excessiva, principalmente no início do tratamento.
Persistindo dúvidas, não hesitem em questionar os seus psiquiatras ou mesmo considerem a possibilidade de ouvir uma segunda opinião. Como todos os demais artigos sobre saúde e fitness do Ciências e Poemas, este tem apenas caráter informativo e não pretende substituir o aconselhamento médico adequado.
Muito esclarecedor seu artigo.
ResponderExcluirGostei muito, obrigado!
A DIFICULDADE DE ENCONTRAR DIAGNÓTISCO E AJUDA SE NÃO TIVER CONDIÇÕES DE PAGAR É MUITO MUITO GRANDE MESMO!
ResponderExcluir“Por cerca de 11 anos tive diversos problemas por ou decorrente do abuso de álcool (apesar de nunca sentir necessidade física de beber), comecei a parar de beber no início do ano de 2010, depois disso fiquei cerca de 10 meses sem sair de casa, nem no quintal (quase não saia do quarto) mas não bebi. Nesses 10 meses notei sintomas, de certo modo, “leves” de TOC, muita irritação, insônia, falta de perspectiva e motivação etc.
No começo de 2011 resolvi tentar mudar e melhorar, me matriculei em um curso técnico e estou gostando e apesar do tempo sem estudar estou indo bem, até mais do que esperava com as matérias, porém estou tendo muita dificuldade em lidar com as pessoas, em conversar, conviver e fazer amizades, me sinto deslocado. Eu não me lembro de ser tímido, tenho tido sensações desagradáveis de que estão me observando constantemente e falando mal de mim mesmo sabendo que ninguém sabe sobre meu passado, só falo e converso o necessário quando é expressamente requerido que eu fale. Não é só com os alunos nem só na sala de aula que da essa “impressão”, com os professores, no ponto de ônibus, no ônibus etc. Não me alimento em público, porém isso é até fácil de evitar. Quando tenho que atravessar o pátio no intervalo tenho a sensação de estar andando desengonçado e que todos estão me olhando mesmo sabendo que isto não está acontecendo, na sala chego a ter “tics” de tão grande o nervosismo, não sei o que fazer com as mãos, e a vontade que da é sair dali e não voltar mais, entre outros.
Já pensei em desistir várias vezes, está muito difícil conviver com isso e eu sei que qualquer coisa que eu planeje fazer na vida vai acontecer o mesmo.
Preciso de ajuda mais está difícil de encontrar, tentei marcar uma consulta na psicóloga do posto de saúde (sus) mas a lista de espera é muito grande e essa lista é ainda para marcar a consulta, o psiquiatra daqui do posto nem olha na cara dos pacientes e receita diazepan para quase tudo e em outros lugares que oferece ajuda quase sempre pede encaminhamento (como o Amban por exemplo).
Tenho tentado mas está muito complicado viver com isso e tentar recomeçar, me sinto um bicho e noto que minha familia não entende a dificuldade que tenho passado. Não sei mais o que fazer e nem sei por quanto tempo vou aguentar.”
SÓ UM DESABAFO...