O que me motivou a escrever esse pequeno artigo foi um trecho de diálogo que ouvi no metrô, há alguns dias. Uma mulher perguntou a uma criança já crescidinha: “ e a sua tia fulana, ainda está sofrendo de colesterol”? Foi então que percebi que, para muitos leigos, o termo “colesterol” corresponde a uma doença.
Na verdade, o colesterol é um tipo de gordura (lipídio) produzida naturalmente pelo nosso organismo e que é fundamental para o bom funcionamento do mesmo. Ele é um componente estrutural da membrana que envolve todas as células de nosso corpo, sendo importante para a produção de vários hormônios, enzimas e da bile, a qual possui substâncias que promovem a digestão das gorduras. Cerca de 70% do colesterol que temos em nosso corpo é produzido pelo próprio fígado, e 30% provém de nossa alimentação, principalmente das gorduras saturadas presentes em alimentos como carnes, gema de ovo, leite integral e seus derivados, etc.
Há dois tipos de colesterol: o LDL, sigla em inglês para “lipoproteína de baixa densidade”, corresponde a cerca de 75% de todo o colesterol presente em nosso corpo; ele é denominado “mau colesterol”, porque, quando em excesso, ele se deposita na parede dos vasos sanguíneos, causando hipertensão, arteriosclerose, doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais. Já o outro tipo de colesterol, o HDL (lipoproteína de alta densidade) tem a propriedade de remover o LDL das artérias e conduzi-lo ao fígado, a partir do qual ele é eliminado do organismo pela bile e fezes.
Agora que sabemos o que é o colesterol, vamos descrever as três medidas naturais que são comprovadamente capazes de diminuir seu nível quando ele está alto (colesterol total maior que 200 mg/dl de sangue). São elas: (1) a eliminação da dieta de alimentos ricos em gordura saturada, (2) a introdução de alimentos que contribuem para baixar o colesterol e (3) a prática de exercícios aeróbicos.
Os alimentos ricos em gordura saturada, como já vimos, são principalmente de origem animal: carnes vermelhas, pele de frango, gema de ovos, vísceras, embutidos (lingüiça, salsicha, etc) e leite integral e seus derivados, principalmente os queijos amarelos e manteiga. Deve-se evitar também o consumo de alimentos industrializados como sorvetes, biscoitos, bolos, chocolate, etc., e também alguns alimentos de origem vegetal como a gordura de coco e o azeite de dendê. Sempre de acordo com a orientação de médicos, nutrólogos e nutricionistas, o consumo de todos esses alimentos deve ser moderado ou eliminado totalmente da dieta.
Entre os alimentos que comprovadamente baixam o colesterol, o que tem sido mais citado é a aveia. Consta que desde a década de 80 do século passado, pesquisadores dinamarqueses já haviam descoberto essa propriedade deste cereal. Em janeiro de 1997, o FDA (“Food and Drugs Administration, o órgão governamental norte-americano que regula alimentos e medicamentos) permitiu que alimentos ricos em aveia poderiam informar, nos seus rótulos, que o consumo de tais alimentos poderia baixar o risco de doença cardíaca quando combinados com uma dieta de baixa gordura. Segundo estudos do Dr.Michael C. Davidson, professor assistente de cardiologia do Centro Médico do Rush-Presbyterian-St Luke, em Chicago, o consumo diário de 60 gramas (2/3 de xícara) de farelo de aveia, combinado com dieta pobre em gordura, reduziu em até 16% o LDL sanguíneo de um grupo de pessoas que apresentavam colesterol elevado. Outro estudo interessante foi o realizado pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) e concluído em setembro de 2004; nesse estudo, 126 homens e mulheres entre 18 e 55 anos, moradores do bairro de Riacho Grande (São Bernardo do Campo) e que inicialmente tinham o colesterol sanguíneo acima de 200 e abaixo de 240 ml/dl, consumiram diariamente, pelo período de um mês, 100 gramas de flocos de aveia ou 75 gramas de farelo de aveia. Como resultado, quase todas as pessoas que participaram do estudo tiveram uma redução de 5% a 15% do colesterol sanguíneo.
Outros alimentos que têm sido citados na literatura médica e nutricional como eficazes para o controle do colesterol elevado são as leguminosas como o feijão (principalmente a soja), o alho cru, a cebola crua, peixes de água fria como o salmão e o atum (que são ricos em ácidos graxos como ômega 3 e ômega 6, que aumentam os níveis do “bom colesterol”), vinho tinto e azeite de oliva.
O terceiro modo de se baixar o colesterol alto é a prática regular de exercícios aeróbicos. Os exercícios aeróbicos, além de reduzirem as taxas de LDL e aumentarem as taxas de HDL, promovem alterações nos batimentos cardíacos, tornando-os mais lentos e mais fortes; estabilizam a pressão arterial, sendo importantes aliados no combate à hipertensão; melhoram a libido e a função sexual como um todo; fortalecem os ossos, sendo importantes na prevenção da osteoporose; reduzem o stress e melhoram o sono; aumentam a capacidade de concentração e raciocínio; reduzem a ansiedade e a depressão; e diminuem o risco de ocorrência de coronariopatias, infarto, diabetes e hipertensão, além de serem muito eficazes no combate à obesidade.
Bem , caro leitor, se você chegou até aqui, já sabe que, para ter boa saúde cardiovascular e melhor qualidade de vida, deve escolher seus alimentos com sabedoria, controlar o peso e dizer adeus ao sedentarismo. Mas atenção: se você está doente ou acha que está doente, procure sempre a opinião de um bom médico. Da mesma forma, se você vem levando uma vida sedentária e quer iniciar um programa de exercícios, faça antes uma avaliação completa de suas condições físicas, orientado por um profissional competente. Meus artigos sobre saúde, nutrição e fitness têm apenas caráter informativo e são baseados em minha experiência pessoal e estudos que eu realizo; eles não têm a pretensão de substituir a opinião abalizada de médicos, nutrólogos, nutricionistas ou professores de educação física, os quais devem ser consultados sempre que necessário.
O médico viu isso no meu exame gostaria de uma sugestão para minha alimentação tenho 1,60 de altura e 85kg e deu isso no exame. Ácido úrico: 7,2 - Colesterol: 245 - Triglicerídios: 439 - Cristais na Urina - Verme tenho 36 anos obrigado - walneyk@hotmail.com
ResponderExcluir