Os agrotóxicos são substâncias químicas usados para exterminar pragas ou doenças que atacam as plantações. As pragas são os insetos, que ora comem as folhas e brotações das plantas, como as lagartas, os besouros e os gafanhotos; pulgões, percevejos, cochonilhas, etc., que sugam a seiva das mesmas, ou mesmo cavando galerias nos caules, como as larvas de borboletas, mariposas e certas espécies de besouros conhecidos popularmente como brocas. Os nematóides, pequenos vermes do solo que atacam as raízes das plantas, são também considerados como pragas.
Já s doenças podem ser causadas por diversos microorganismos como os fungos e os vírus. Os fungos geralmente causam manchas nas folhas, prejudicando a fotossíntese, e também podridões em toda a planta, incluindo os frutos. Os vírus estão presentes no interior da planta e podem causar perdas parciais ou totais da cultura afetada.
As pragas são exterminadas ou controladas por meio de inseticidas, aplicados diretamente com o uso de pulverizadores; alguns inseticidas são específicos para determinadas pragas ao passo que outros têm amplo espectro de atuação. Em grandes plantações, normalmente são aplicados com o uso de pequenos aviões pulverizadores.
Doenças causadas por fungos e bactérias são controladas por fungicidas, sendo que alguns deles também matam as bactérias, e podem ser pulverizados tanto de forma preventiva como para tratamento, assim que as plantas apresentam os primeiros sintomas das doenças. Já o controle dos vírus é mais difícil, pois não há produtos químicos efetivos contra eles, que são controlados com o uso de variedades de plantas resistentes aos mesmos e/ou pela eliminação de insetos que os transmitem, como os pulgões.
O uso de inseticidas para controle dos insetos prejudiciais às plantas deve ser feito com muito cuidado, pois eles são mais tóxicos que os fungicidas. Os insetos sofrem constantes mutações, tornando-se resistentes aos produtos, fato que leva aos fabricantes dos mesmos ao difícil desafio de criar, constantemente, novas formulações químicas que sejam eficazes contra os insetos sem prejudicar tanto o meio ambiente.
Em 1964, a cientista americana Racquel Carson escreveu o livro "Primavera Silenciosa”, que logo se tornou um best seller pelo fato de ter alertado a humanidade do perigo do uso indiscriminado de agrotóxicos. Um fato marcante foi a descoberta de resíduos de um poderoso inseticida denominado DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) em ninhos da ave símbolo da Nação Norte-americana, a águia americana ou águia-de-cabeça-branca, ninhos esses situados em locais de difícil acesso e relativamente distantes das plantações comerciais. Segundo o portal Reação Natural, essa espécie, que quase foi extinta, recuperou-se gradualmente a partir da proibição, por parte do Governo dos EUA, do uso do DDT em 1972.
O uso de pesticidas precisa ser feito com cuidados especiais, pois os mesmos são tóxicos tanto para o homem quanto para a fauna e a flora dos mais diversos ecossistemas do planeta, afetando pássaros, animais domésticos, peixes, etc. Muitos deles deixam resíduos na planta ou nos frutos que são de difícil remoção, podendo causar doenças e até envenenamentos nas pessoas que os ingerem. Parte desses produtos infiltra-se no solo, contaminando o lençol freático e sendo levada para corpos de água como rios e lagos, afetando os peixes e toda a cadeia alimentar desses ambientes naturais. Além disso, certa proporção de pesticidas é levada de volta à atmosfera pela evaporação de água do solo de regiões onde eles são usados; dessa forma, eles são conduzidos pelos ventos a locais distantes da área de aplicação inicial, retornando ao solo através das chuvas, contaminando assim grandes regiões.
Segundo o site da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), “a ação dos agrotóxicos sobre a saúde humana costuma ser deletéria, muitas vezes fatal, provocando desde náuseas, tonteiras, dores de cabeça ou alergias até lesões renais e hepáticas, cânceres, alterações genéticas, doença de Parkinson etc. Essa ação pode ser sentida logo após o contato com o produto (os chamados efeitos agudos) ou após semanas/anos (são os efeitos crônicos) que, neste caso, muitas vezes requerem exames sofisticados para a sua identificação”.
Hoje em dia, a consciência da população sobre o perigo dos agrotóxicos têm levado ao cultivo e ao consumo de produtos vegetais produzidos com adubos naturais e sem produtos químicos, a chamada agricultura orgânica. Entretanto, se você quer ter uma horta doméstica e não deseja usar pesticidas, muitas espécies de insetos podem ser combatidos com produtos que apresentam grau satisfatório de segurança, como a nicotina, obtida da planta do fumo, e a piretrina, inseticida extraído de uma variedade de crisântemo (planta nativa da Ásia). Esta última substância elimina com segurança tanto os insetos domésticos quanto os que afetam as plantas cultivadas, já citados no início desta postagem.
Leitura de referência: Giacometti, D. C. (1983) – Jardim, horta e pomar na casa de campo. Ed. Nobel, São Paulo, 1983, 161 p.
Olá Sérgio!
ResponderExcluirObrigado por responder, agora, se o principio ativo do produto(Agrotóxico ou defensivo agrícola)tem efeito acumulativo, não importa a dosagem sempre no futuro ocasionará problemas certo?
Sou Aronilson Leal Paz, técnico em Área ambiental, Gerente Setorial da Secretaria de Meio Ambiente do Bonito-PE, e adoro discutir temas relacionados ao Meio Ambiente.
Abraço.
OBRIDADO FOI MUITO UTIL VALEU MAS NAO CONSEGUI SO COM ISSO FAZER MEU TRABALHO BORTA ,MAIOS
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