segunda-feira, 28 de março de 2011

Racismo: crime e ignorância cientifica

Apesar de todos os avanços da genética terem demonstrado, de forma categórica, que as semelhanças entre os seres humanos são muito maiores do que as diferenças, casos que frequentemente são noticiados pela mídia e outros que às vezes percebo em meu cotidiano, motivaram-me a escrever essas breves linhas. Afinal, a ciência é uma arma poderosa, capaz de lançar raios de luz sobre aqueles que insistem em agir nas trevas, em pleno século XXI.

A miscigenação das “raças” começou no Brasil logo após a chegada da frota de Cabral. A partir de 1500, portugueses começaram a aportar na costa brasileira e, aproveitando-se do costume indígena do “cunhadismo”, tão bem descrito por Darcy Ribeiro em seu livro “O Povo Brasileiro”, tiveram diversas esposas indígenas e uma multidão de filhos. Um pouco mais tarde, a monocultura da cana tornou necessário o tráfico de mão de obra escrava proveniente da África, e os portugueses iniciaram uma intensa miscigenação com mulheres negras, como foi apontado por Gilberto Freyre em “Casa Grande e Senzala”.

Mais tarde, já no Império, cientistas e intelectuais brasileiros, contaminados pela idéia da superioridade da “raça” branca sobre as demais, que prevalecia na Europa de então, convenceram o governo a incentivar a vinda de levas de imigrantes europeus com o intuito de “branquear” a população brasileira. Tais esforços não surtiram o efeito desejado, pois os imigrantes se integraram facilmente aos nossos costumes. Um exemplo marcante é o caso de Adoniran Barbosa, um filho de imigrantes italianos que se tornou um dos maiores sambistas brasileiros.

No final do século XX, o geneticista italiano Luigi Cavalli-Sforza compilou os resultados de um longo e extenso trabalho feito por ele com amostras biológicas de todos os povos da Terra, tendo concluído, em 1995, que a homogeneidade genética de nossa espécie é tão grande que não faz sentido dividir a humanidade em “raças”.

Entre nós, pesquisas detalhadas do geneticista Sérgio Pena e colaboradores, da UFMG, estabeleceram, de forma irrefutável, que cerca de 70% dos brasileiros que se julgam brancos têm ancestrais indígenas ou negros, principalmente em suas linhagens maternas, o que confirma os estudos sociológicos e antropológicos mais antigos de pesquisadores de renome como os já citados Darcy Ribeiro e Gilberto Freyre, que indicaram intensa miscigenação de homens europeus com mulheres daquelas duas etnias.

Portanto, praticar atos de racismo no Brasil não só constitui crime, como revela ignorância em relação à ciência moderna. Em nosso país, a probabilidade de um agressor possuir ancestrais da mesma etnia que ele agride é muito grande.

Sérgio Goulart Oreiro

Adaptado do artigo “Pequeno ensaio sobre os Brancos Brasileiros”, publicado no Blog Ciências e Poemas, no link http://cienciasepoemas.blogspot.com/2011/03/breve-ensaio-sobre-os-brancos.html

4 comentários:

  1. Um branco quando chinga um preto é racista.

    Um preto quando chinga um branco é um insulto, reflita pq.

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  2. o homem quando surgiu não era branco nem negro,então não tem o pq alguma das raças acharem que é melhor que a outra.

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  3. Sem defender raças ou querer ser racista. mas existem muitos estudos genéticos e de Q.I. q provam as diferenças. em comparação a qualquer raça os brancos sempre são os melhores em testes de Q.I e em interpretação de coisas abstratas. não sou a favor da miscigenação, mas tbm não sou contra. defendo a as raças que queiram ter comunidades de "puro sangue" desde q quem quiser se relacionar com outra raça possa sair. isso vale pra tds as raças. a miscigenação estingue culturas e religiões, a não ser q exista comunidades tradicionais, quase como os quilombos, mas com um controle das raças.

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  4. Galego,

    Uma notícia interessante é que o genoma humana possui 60% dos mesmos genes do genoma da banana. Portanto somos 60% banana e nem nos damos conta disso.

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