quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Como se proteger do excesso de radicais livres

Os radicais livres são moléculas ionizadas com existência independente, que se formam como produto normal do nosso metabolismo. Estima-se que cerca de 2 a 5% de todo o oxigênio que respiramos em 24 horas converte-se em radicais livres, os quais também beneficiam o corpo, quando em quantidades moderadas. Entre seus benefícios, eles prestam auxílio ao nosso sistema imunológico, combatendo diretamente as bactérias e vírus presentes no nosso organismo. O nosso metabolismo produz inúmeras substâncias para neutralizar o excesso de radicais livres, pois, quando passamos a produzi-los em excesso, eles danificam as células saudáveis e, com isso, aumentam o risco para o desenvolvimento de doenças crônicas como arterosclerose, hipertensão, diabetes, doença cardiovascular, cataratas, mal de alzheimer, câncer, desordens neurológicas (por ex.: mal de Parkinson), artrite e envelhecimento precoce, entre outros males. Segue abaixo um resumo das condições que podem fazer com que nosso corpo produza um excesso de radicais livres:


Exercícios Excessivos

Quando nos exercitamos com moderação, o número de radicais livres eleva-se somente um pouco no organismo. Em contraste, quando nos exercitamos demais, a quantidade de radicais livres aumenta exponecialmente, podendo atingir níveis perigosos para nossa saúde.

O Dr. Kenneth Cooper encerra o seu livro “A Revolução Oxidante” (1994) alertando seus leitores de que exercícios excessivos podem, na verdade, ser nocivos à saúde, especialmente se os praticarmos por anos a fio. O Dr. Cooper recomenda a todos um programa moderado de exercícios, mas também sugere a ingestão de antioxidantes como vitaminas C, E e Betacaroteno, na forma de suplementação. Deixemos os exercícios desgastantes para os atletas profissionais, que hoje em dia contam com acompanhamento médico constante e consomem quantidades significativas de suplementos antioxidantes.

Estresse Excessivo

O estresse emocional severo, por si só, aumenta muito a produção de radicais livres pelo organismo. É por esse motivo que muitas pessoas adoecem quando são submetidas a grande pressão emocional. Nesses casos, é preciso tomar alguma medida para reduzir o stress, como a meditação e os exercícios suaves em contato com a natureza, medidas essas nem sempre fáceis de serem seguidas pelos moradores das megacidades modernas.

Poluição do Ar

A poluição do ar causa um grande aumento na produção de radicais livres pelo corpo. Os efeitos da poluição do ar sobre a saúde têm suscitado considerável preocupação. O ar poluído das grandes cidades contém ozônio, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e diversas moléculas hidrocarbonadas, as quais, quando inaladas em excesso, geram uma grande quantidade de radicais livres. O Dr. Cooper, no livro acima citado, recomenda, no caso de ser absolutamente necessário fazer o exercício aeróbico numa via muito movimentada, procurar manter uma distância mínima de 2 m dos veículos automotores.

Tabagismo


Provavelmente, o maior responsável pelo estresse oxidativo em nossos corpos é a inalação da fumaça de cigarros. As conseqüências negativas do fumo para a saúde são conhecidas há décadas, mas é importante estar consciente da gravidade do estresse oxidativo que o fumo produz em nosso corpo. O organismo de um fumante consome aproximadamente 25 mg de vitamina C a cada cigarro (http://www.bioequilibrium.com.br/detalhes_vocesabia.php?id=3). Se a pessoa fumar uma maço de cigarros por dia, estará eliminando 500 mg desta vitamina diariamente. A vitamina C é muito importante no combate de radicais livres, na síntese de hormônios, ou mesmo para estimular nosso sistema de defesa. Hoje em dia, há um consenso entre profissionais de diferentes áreas da medicina de que o pior hábito que se pode ter é o de fumar. Felizmente, as leis coercitivas a esse hábito, cada vez mais severas, causaram uma diminuição na porcentagem de fumantes na população brasileira, de cerca de 35% no início da década de 90 para 16% atualmente, conforme noticiou o “Jornal da Band” de 16/02/2011.

Poluição da Comida e da Água

Calcula-se que, desde meados do século passado, mais de 60 mil novas substâncias químicas foram introduzidas em nosso meio ambiente. Calcula-se que, a cada ano, cerca de mil novas substâncias nocivas são introduzidas em nosso meio, como, por exemplo, os pesticidas usados na produção de maior parte de nossos alimentos. Estudos científicos cada vez mais acurados demonstram que todas essas substâncias químicas geram aumento do estresse oxidativo ao serem consumidas, além de envenenarem nosso corpo, lenta e progressivamente. Algumas são mais perigosas do que outras, mas todas apresentam riscos potenciais à saúde. Essas substâncias permitem que o agronegócio produza o mais abundante suprimento de comida jamais visto, necessário para alimentar uma população mundial que já passa dos sete bilhões de habitantes. Ou seja, a humanidade cresce em números proporcionais à quantidade de insumos prejudiciais que são necessários para manter uma crescente atividade agropecuária capaz de alimentá-la.

Luz Ultravioleta

A luz ultravioleta produz um aumento dos radicais livres na pele das pessoas, conforme já é conhecido há muito pelos cientistas. O excesso de radicais livres danifica o DNA das células da pele, o que é a causa mais comum de câncer de pele. Felizmente, há atualmente no mercado uma grande variedade de filtros solares que oferecem proteção contra raios tanto UVA como UVB. O uso de tais protetores é imprescindível para aqueles que necessitam se expor aos raios solares, seja por recreação, seja por exigência de suas atividades profissionais. Os olhos também devem ser devidamente protegidos com óculos escuros de boa qualidade, pois neles o excesso de radicais livres é a principal causa de catarata.

Medicamentos


A maioria dos medicamentos causa um aumento dos radicais livres no corpo. Os mais nocivos, nesse caso, são as drogas quimioterápicas que funcionam causando danos por estresse oxidativo às células cancerosas, o que as mata, cobrando um alto preço de seus usuários em termos de efeitos colaterais adversos, pois tais drogas também afetam as células normais . Felizmente, o avanço no conhecimento da farmacologia têm resultado na descoberta de novos quimioterápicos mais eficientes e com menos efeitos colaterais. Embora todas as drogas tenham sido testadas para comprovar-se que oferecem algum benefício, todas contém um risco inerente. Reações adversas e graves às drogas são a quarta causa de morte nos países desenvolvidos. Infelizmente, medicamentos devidamente receitados e administrados são responsáveis por mais de 100 mil mortes e 2 milhões de internações todos os anos nos Estados Unidos. Grande parte do risco inerente aos medicamentos se deve aos radicais livres que eles produzem no organismo humano.

Em síntese, os radicais livres são moléculas ionizadas produzidas pelo metabolismo aeróbico normal de nosso organismo. Nós devemos estar atentos aos fatores que causam um aumento na produção dos mesmos, pois o excesso de radicais livres é muito prejudicial à nossa saúde.

Para saber mais, consultem o livro “O que o seu Médico não sabe sobre Medicina Nutricional pode estar Matando Você”, de Ray D. Strand – Editora M.Books, 2004, de onde retirei e adaptei os tópicos do texto acima.

Sérgio

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