terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Poema de Cruz e Souza

Eu creio em Deus mas não sigo nenhuma religião. Navegando na web, chamou-me a atenção um site que trazia um belo poema que o poeta simbolista brasileiro Cruz e Souza teria escrito após sua morte. Tal poema, "psicografado", consta da obra intitulada "Parnaso de Além-Túmulo", uma antologia de poemas cuja autoria é atribuída a poetas mortos.

Tal livro constitui-se na primeira obra psicografada pelo então jovem médium brasileiro Francisco Cândido Xavier, e foi lançada em julho de 1932 pela Federação Espírita Brasileira.

Não tenho condições de discernir se o poema foi ou não escrito por Cruz e Souza. Caso positivo, ele deve ter tido um grande alívio, após sua morte, de todos os sofrimentos que amargou nesse mundo. Ao contrário da maioria de seus poemas, carregados de depressão e ressentimento pungentes, o que aqui reproduzo é leve, otimista e traz uma mensagem de alegria e bem estar. Que assim seja!



Beleza da morte




Há no estertor da morte uma beleza

Transcendente, ignota, luminosa.

Beleza sossegada e silenciosa,

Da Luz branca da Paz, trêmula e acesa.



É o augusto momento em que a alma, presa

Às cadeias da carne tenebrosa,

Abandona a prisão, dorida e ansiosa,

Sentindo a vida de outra natureza.



Um mistério divino há nesse instante,

No qual o corpo morre e a alma vibrante

Foge da noite das melancolias!



No silêncio de cada moribundo,

Há a promessa de vida em outro mundo,

Na mais sagrada das hierarquias.



Cruz e Souza



Fonte do poema: http://casadapaz.zip.net/

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