segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ciência e poema

Esse poema é o único que eu escrevi que foi publicado. Eu escolhi o nome do blog inspirado nele, porque eu o escrevi (poema) tomando como base a ciência – no caso, um evento meteorológico catastrófico. Espero que vocês gostem.

Ventania

O ar e você deram as mãos
E ventaram na minha vida
Destruíram árvores e postes
Deixando-me sem energia
Depois, o ar e você se foram
Restou-me a saudade no vácuo
O amor pelas mãos que deformam
E o aroma de um silêncio rude
Por sobre o espaço.

Sérgio Oreiro

Poetas Brasileiros de Hoje 1986 – Shogun Editora e Arte LTDA –Rio de Janeiro, RJ

2 comentários:

  1. Caro Galego,

    Estou ávido pelos poemas e ciência. Quando sair desse leito aí vê se atualiza o blog. Seus seguidores lhe aguardam.

    Outro dia tive uma inspiração parafraseica a qual compartilhei com nosso guru lusitano:

    "O poeta é um figindor"

    Paráfrase: Todo intérprete é um chutador

    "Tudo vale a pena se a alma não é pequena"

    Paráfrase: Tudo vale a pena se a alma não é pequena, inclua-se portanto o chute do intérprete.

    Forte abraço,
    Torcendo por ti,
    Clau

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  2. O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.

    E os que lêem o que escreve,
    Na dor lida sentem bem,
    Não as duas que ele teve,
    Mas só a que eles não têm.

    E assim nas calhas de roda
    Gira, a entreter a razão,
    Esse comboio de corda
    Que se chama coração.

    Fragmento de "Autopsicogafia"
    Fernando Pessoa


    "Valeu a pena? Tudo vale a pena
    Se a alma não é pequena.

    Quem quere passar além do Bojador
    Tem que passar além da dor."

    Fragmento de "Mar Português"
    Fernando Pessoa

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